Eu tenho uma personalidade barroca.
Combino muito mais com as montanhas férreas das Gerais, com os pórticos de pedra-sabão, com o vapor lúdico da Maria Fumaça.
Com o lirismo poético de um Dirceu em busca de um sonho de amor com Marília.
Com a vista da sacada para a Igreja de São Francisco.
Com o pão de queijo de fim de tarde. Com o queijo meia cura do começo do dia.
Não sou afeito à fumaça que sobe apagando as estrelas.
Não gosto do estilo yuppie elitista de São Paulo, da sua vida de shoppings, das suas tardes insossas, sem praias e sem montanhas.
Sou do Ipiranga, me escondo nos jardins do Museu.
Rechaço o madamismo, a peruagem pretensiosa das paulistanas.
O ogrismo dos seus machinhos com camiseta regata.
Torço o nariz para os seus automóveis de luxo.
Dou de ombros às suas baladas energéticas, às suas madrugadas vazias e cheias de gente.
À sua arrogante liderança.
A água não tem para onde escorrer e causa cheias.
Eu não consigo ver o horizonte.
O céu está sempre cinza, mesmo no tempo bom.
E as pessoas não se encontram.
Aqui, onde eu me encontro estou perdido.
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Lindo! Posso reproduzir, citando o crédito? Um abraço!
ResponderExcluirclaro, Josie. Obrigado.
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