A espiritualidade assiste atônita, no entanto serena, ao verdadeiro embate ideológico e "mahabarático" que se tornou a humanidade brasileira com relação à política.
Não é raro assistir a "guias espiritualistas encarnados" pregando amor e compaixão em centros espíritas em um dia na semana e, no outro, convocando almas indecisas a votarem em candidatos que pregam ideais escusos e perniciosos. Isso me recorda uma velha imagem de alguns monges budistas, que entoaram o mantra OM MANI PADME HUM e, no mesmo dia, sapecaram o porrete em desafetos pelas ruas.
Não é incomum também presenciar espíritas de carteirinha, que promovem o Evangelho no Lar e impõem sua mão esquerda no passe magnético, enquanto a direita enfia a raquetada na cara de quem não vibra de acordo com as suas ideias. Muitas mulheres espíritas também fazem campanha para políticos misóginos. Muitos irmãos espíritas gays são homofóbicos.
Assim também, umbandistas desavisados, pseudo patrocinados por falsos caboclos, propagam a intolerância e o preconceito. Uns falam de perdão e caridade, mas realizam odiosos trabalhos invocando entidades de nível espiritual sombrio para "amarrar alguém" ou promover vinganças. Estes são os primeiros a defender os valores irreais da família, aquela onde o macho branco dá as ordens, é pudico e tradicional, mas mantém amantes e frequenta puteiros luxuosos. Os tais "pais de santo" reforçam o voto a candidatos racistas, como se a fé deles não tivesse sido semeada na África.
Muitos católicos bradam pelos valores crísticos, sem se darem conta que, em nome de Cristo, foram assassinadas centenas de milhares de pessoas. Protestantes se irmanam em Jesus, em nome do poder e da glória do Senhor, mas incendeiam templos de outras religiões, chutam santos e convocam seus fiéis a votarem em candidatos que pertencem ao seus clubes de fé, mesmo sabendo que são preconceituosos e intolerantes. Hipócritas!
Tudo isso para dizer que a espiritualidade não é partidária, não vota em determinado postulante. Nunca, em hipótese alguma, aponta quem é o melhor e mais preparado, mesmo porque sabe que o nível consciencial da humanidade está abaixo da mediocridade.
A espiritualidade não é de esquerda e nem de direita, é do alto. E, justamente por estar no andar de cima, enxerga as coisas de maneira holística. Todavia, rechaça doutrinas sectárias, hostis e preconceituosas, além de pessoas que propagam a violência e que utilizam valores irreais calcados na família e no Cristo como bandeiras da paz e da moralidade.
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A espiritualidade é do Alto. Perfeito.
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