Quando eu tive Síndrome do Pânico, nos anos 1980, quase ninguém conhecia o mal. Sentia-me como um extraterrestre tendo alguma síncope venusiana. Seria loucura? Estava próximo o meu final? Cheguei a ter crises de pânico na praia! Depois de muitas psicoterapias, além de psicotrópicos diversos em medicamentos que "seguraram" a agonia, comecei a ter melhoras substanciais com o tempo.
No entanto, é preciso relatar que a espiritualidade me auxiliou e muito na retomada de mim mesmo. Além dos passes magnéticos e tratamentos em centros espíritas e de umbanda, a meditação, a musicoterapia, as massagens relaxantes e uma boa dose de leitura de obras de cunho espiritual tiveram um papel protagonista para o meu reequilíbrio.
O autocontrole é essencial para mitigar os efeitos do Pânico. Eu usava a afirmação de que nada daquilo que eu estava sentindo era, de fato, real. Mesmo que o físico apontasse sudorese (suor), que o coração acelerasse a mil, que a vertigem quase me fizesse cair, eu afirmava categoricamente para mim mesmo e para a minha sensação de morte: - isso aqui que você sentindo é uma ilusão, você não vai morrer disso, fique calmo, nada de mal vai te acontecer.
E assim, aos trancos e barrancos eu conseguia me convencer.
Então, se de alguma forma, a minha experiência ao inferno pode ajudar a alguém a sair desta jornada íntima ao umbral, aqui vão algumas dicas:
- Procure a ajuda de um psicólogo, mas não se esqueça que você precisa apagar o incêndio com medicamentos como ansiolíticos e antidepressivos. Florais e remédios naturais também podem ajudar. Não seja tola ou preconceituosa. Você precisa nesse momento;
-Massagens terapeuticas, além de acupuntura, podem ajudar a relaxar o corpo, mas as meditações, sejam elas transcedentais ou guiadas, além dos exercícios de relaxamento mental com uma trilha sonora serena, ajudam a acalmar a mente;
- A mente mente. Então, afirme para ela: - fique quieta, nada disso que você me apresenta é real;
- Coloque na sua cabeça: você não vai morrer numa crise de pânico. Então, já que nada vai acontecer mesmo, procure se tranquilizar, vá fazer alguma coisa para distrair seu pensamento inquieto;
- Ore muito. Busque conteúdos espirituais. Se não conseguir ler, procure escutar palavras altivas e otimistas. Na internet você acha arquivos sonoros bem elevados e interessantes;
- Fuja das atrações e das pessoas que te levam mais para baixo;
- Sexo faz muito bem, mas procure uma parceria que não te traga mais problemas energéticos. Se tiver este parceiro, ótimo. Se não tiver, tudo bem, a hora vai chegar. Enquanto isso, procure sublimar pela arte, pela cultura e pela literatura que te preenchem;
-Saia do lugar, mesmo com um pouco de sacrifício. Se puder, viaje, passeie, no seu tempo, respeitando seus limites. Mas, não faça disso uma obrigação;
-Não fique sem comer. Procure um alimento que você adora ou que caia muito bem naquele momento. Se for chocolate, viva! Delicie-se. O importante é ter o prazer de salivar;
-O amor transforma. Fique perto de quem você ama. Seu par, sua família, seus amigos, seus bichos, suas plantas. Isso confere forças triplicadas para prosseguir.
E saiba, você não é a única que sofre disso, grande parte da humanidade passa por estes momentos. Diferente de mim, que me sentia um extraterrestre moribundo nos anos 80.
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