Não é mim por mim, nunca foi por mim.
Se eu apenas me sentasse no meu perfil de homem branco, europeu, heterossexual e de meia idade, eu estaria absolutamente confortável, seja lá qual fosse o resultado destas eleições para presidente.
No entanto, por pensar nas mulheres, nos negros, nos índios, nos homossexuais e nas crianças, eu perderei todo o meu tempo para lutar.
Lutar para que os negros não sejam considerados como sub-raça e que os quilombolas não sejam pesados em arrobas como bois. Lutar pelos gays e lésbicas, para que eles não sejam agredidos fisica e moralmente. Lutar pelos índios que têm muito mais direito às terras, haja vista que estavam aqui primeiro. Lutar pelas mulheres para que elas possam, de fato, ser iguais em direitos, e que não sejam encaradas como uma fraquejada do destino e nem sejam chamadas de vagabundas. Lutar pelas grávidas para que elas sejam salvaguardadas de lugares insalúbres. E, por fim, lutar pelas crianças, para que seus movimentos das mãos não sejam apontados para as armas.
Eu não luto pelos meus direitos, luto pelo direitos destas pessoas.
Um dia, a Alemanha escolheu um salvador da pátria que bradava contra a corrupção e pregava o nacionalismo autoritário. Dez anos depois, teve que se esconder como um rato dentro do seu bunker. A Itália também preferiu lançar mão do fascismo. Dez anos depois seu líder foi executado.
O que viveremos no Brasil daqui pra frente? Será que conseguiremos ir às ruas sem sermos caçados? Será que terei que queimar todas as minhas camisas vermelhas para que não sejam sujas de sangue? Será que os meus irmãos LGBTs terão que esconder suas identidades de gênero para não serem dizimados em praça pública? Será que os pais fardarão seus filhos e os pequenos brincarão de soldados para defender o país de uma ameaça comunista? Será que os índios terão que ser confinados num cubículo de terra ou se adaptarem à "civilização" vendendo balas no farol ou pedindo esmolas? Será que os negros poderão se sentar à mesma mesa dos brancos sem que seja preciso serví-los?
O Brasil agora terá a chance de viver seu holocausto.
E quem irá para a câmara de gás é o povo brasileiro.
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