Minha família é um matriarcado que atravessa gerações com pensamentos preconceituosos. No entanto, um modelo a ser seguido.
Fui muito bem educado, porém com ideias sectárias contra os nordestinos (chamados de gentalha), contra os negros (que até podem ser boas pessoas, mas eles lá e nós, aqui...), contra os pobres, operários, contra os sindicalistas (todos bandidos).
Um homem da minha idade não deve se relacionar com mulheres mais novas (são todas umas vagabundas e vão te chifrar). Os homossexuais são bons profissionais e engraçados, mas não dá pra frequentar a casa...
Precisa-se de Empregada Branca, pedia um anúncio que minha voz publicou no jornal.
Grande parte da minha família desconhece que sou compositor, que escrevi livro, que já cantei em bar, que estudei a fundo a ufologia e a projeção astral.
Eu já fui vagabundo (mesmo tendo feito duas faculdades), violento (por não permitir ou revidar) e excluído (sendo o que mais frequenta a casa dos meus pais).
Sou de esquerda, portanto, endemoniado. Sou espiritualista, e assim, macumbeiro ou viajor da maionese.
Casei com uma moça muito mais jovem (que um dia, para eles, vai me trair) e tenho uma filha linda, que não me merece, coitada...
E assim, termino o texto com as ideias que comecei. Sou o mau caráter da família.
Graças a Deus.
Combater alguns aspectos da nossa criação diariamente não é tarefa fácil.
ResponderExcluirMas fico feliz que você tenha conseguido.
Beijão.
Querido Maurício, poucos têm a coragem de desnudar suas almas; especialmente quando carregam tristezas e desencontros. Minha admiração por ti, só faz aumentar!!! Um grande e carinhoso beijo para você e seus amados!!!
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