13.10.20

O Cristo e os cristãos

 


Ele transmutava água pútrida em vinho da melhor safra

Você transforma um copo d`água em tempestades

Ele andava sobre as águas para jorrar fé aos homens

Você se afunda no mar de lama das suas descrenças

Ele multiplicava os pães e os peixes para saciar a fome e a sede do povo

Você tem sede de vingança e multiplica seus pensamentos impuros

Ele curava os cegos de nascença

Você turva sua visão com sua cegueira consciencial

Ele limpava os leprosos

Você suja as pessoas com suas maledicências

Ele acolhia as crianças e os mendigos

Você mata sua criança interior e alimenta seu coração de preconceito

Ele livrava os cochos de suas muletas

Você usa muletas para estancar seus passos na incompreensão

Ele chutava as barracas dos vendilhões do templo como forma de protesto

Você agride aos outros para vender os produtos da sua mediocridade

Ele oferecia a outra face

Você esbofeteia sem pensar duas vezes

Ele ressuscitava os mortos com seu sopro de luz

Você morre a cada instante mergulhado em suas sombras

Ele foi humilhado, espancado, chicoteado, agredido apenas por amar

Você se violenta e surra o próximo com suas atitudes nefastas

Ele caminhou com a cruz pela Via Dolorosa para salvaguardar o amor

Você estaciona sua vida pela via dolorosa da ignorância

Ele foi crucificado porque tentou mudar o sistema

Você crucifica aquele que tenta mudar o que está errado

Ele largou seu pano fúnebre e removeu a pedra do seu sepulcro

Você se enterra cada vez mais na cova do seu desamor

Ele subiu aos céus para retornar à verdadeira morada

Você desce aos infernos de suas mentiras e das suas ações inclementes

Ele serviu à humanidade

Você usa Seu nome para prestar um desserviço aos homens

Ele morreu por você.

Você é capaz de matar em nome Dele.

Ele conhece tudo de você

Você não sabe nada Dele.

Ele não era cristão

Você é.

E isso faz toda a diferença...

 

 

 

 

8.10.20

A religiosidade fake e os rituais de amor a si e ao próximo

 


Você acende incensos pela casa, mas esquece de acender seu coração. Fica aquele odor gostoso de massala queimando, mas sua aura continua inodora. A fumaça sobe pelo ar, mas você continua plantada na ignorância.

Você pega o terço, a japamala, a cruz, a Bíblia, o Corão, o Talmud e ora ardentemente para auferir benefícios. Tudo bem, faz bem ter fé. Mas, o que adianta pedir, pedir, pedir e não servir, servir, servir? Suas palavras até podem chegar aos ouvidos divinos, mas suas ações também chegam às hordas infernais.

Você sai cantando mantras para Krishna, mas sua alma silencia diante das aflições dos que estão ao seu lado. Que alegria aparente é essa que joga loas a símbolos religiosos, mas não é capaz de levar um pouco deste contentamento a quem te rodeia?

Você se senta em frente à imagem do Buda em lótus. Coça a barriguinha dele, o coloca de costas para a porta e pede prosperidade. Não há mal desejar ser próspero. No entanto, você também fica de costas para as pessoas que precisam de você e é incapaz de ter equilíbrio e dividir o que tem com alguém.

Você diz ter Jesus no coração, vai na missa ou no culto, usa o nome do Mestre para nortear sua vida. Mas, é o primeiro a atirar a pedra a quem erra, dar sermão e ficar na fila dos que julgam e condenam. Crucifica com pregos viscerais a quem não segue a sua cartilha bíblica e hipócrita.

Você que vai nos terreiros de Umbanda, nas roças de Candomblé e incorpora sua verve assistencial. Roda, gira, recebe, atende... Mas, quando sai de lá faz os outros rodarem com a sua insensatez e, ao invés de receber, tira e não atende aos menores apelos.

Você que guarda o shabat, lê o Torá de traz pra frente e encosta sua testa em seu muro de lamentações. É salutar guardar as tradições. No entanto, você também guarda apenas para si o seu amor e destila lamentações para todos os lados. Às vezes, ajuda somente aos seus, e esquece que a humanidade é UM TODO.

Fé não é somente pedir e lamentar e sim, confiar nos desígnios do Altíssimo. A fé deve estar acompanhada de bom senso, verdade e compaixão. O exercício da fé e a academia do amor são portas que se abrem ao Infinito.

Você não precisa fazer rituais para encontrar a Deus. Ele está dentro de você e você precisa encontrá-lo com o coração limpo, pensamentos puros, atitudes equilibradas e amor próprio e ao próximo.

Exercite tudo isso e continue seus rituais.

 

 

Gêneros, raças, credos... estamos, mas não somos!

Somos espíritos encaixados em corpos perecíveis. Tal pensamento de Krishna corrobora com uma série de situações do cotidiano. Entre elas est...