29.3.18

JUDAS ISCARIOTES SOMOS NÓS! O MEDO DA FALTA DA FIANÇA DE DEUS

Páscoa, Pessach... E me lembro dos instantes finais que precederam à Santa Ceia. Abaixo, um trecho do meu primeiro livro "Eu, Pilatos". Justiça à Judas: 


E o Rebbe disse:
- O que fazes, faze-o depressa! Faze o que tens que fazer!

Por acaso essa frase não soa como um comando? Como uma ordem a ser cumprida? Yehoûdâh não se conformava com o fato de ser instrumento de uma profecia. Lembrava a todo instante da conversa mais amarga que havia tido com o Rabi sobre a importância do seu papel na história da humanidade. O discípulo tinha a sofrível incumbência de procurar o Sinédrio para promover um encontro entre Yeshua e o *Cohen Gadiol. Sabia que os sacerdotes do colegiado judeu estavam ávidos por interrogar a Yeshua. Todavia, tinha plena convicção que os festejos do Pessach, o espírito da fraternidade, além da proibição de qualquer açoite ou morte de um judeu nas festividades, afastariam a hipótese de uma condenação do seu Mestre. Yehoûdâh contava também com os poderes sobrenaturais de Yeshua, que haveria de mostrar quem era o verdadeiro rei dos judeus. Deu no que deu... O Sinédrio, extremamente ofendido pelas práticas antijudaicas daquele nazareno e pelos últimos acontecimentos em Yerushlaim, resolveu entregar aos romanos, sem julgamentos, o local onde o grupo se encontrava.
A predisposição em condenar por sedição era um prato combinado previamente. E foi o que aconteceu, Yeshua foi entregue finalmente às mãos de Pontius Pilatus. Yehoûdâh se sentia como um fantoche e morria aos poucos, muito mais aos poucos do que Yeshua pregado no patimbulum. As divagações eram como agulhas a picar seu cérebro. Por que havia sido escolhido para uma tarefa tão árdua e inútil. Qual a meta de se entregar ao Golgotáh, com nuvens ameaçadoras que encobriam os céus azuis? Por que fazer com que os anjos derramassem suas lágrimas? Qual era o objetivo? Quem Yeshua libertaria com isso?

Yehoûdâh mergulhava na mais profunda tristeza e arrependimento de algo que jamais tinha intenção de fazer. Jogava para cima de suas costas, toneladas e toneladas de uma amargura corrosiva. A sombra era mediúnica. Uma legião sombria tomava posse dos seus pensamentos. Terá sido o Rabi, um impostor? Será que todo o tempo empreendido em sua companhia teria sido em vão? O manto negro cobria ainda mais sua cabeça. Por que prosseguir vivendo se a vida era um cárcere de ilusões e sofrimentos? Onde está Ab-bã que patrocina a luxúria e a ostentação? Que Ab-bã é esse que tanto incentiva a infâmia e a arrogância? É o mesmo Ab-bã sem força, sem poder, que prega a injustiça por meio do açoite aos fracos? É o mesmo Ab-bã que o Mestre invoca nas noites de luar, ao relento, sob o brilho teimoso das estrelas e que o céu cisma em mostrar a escuridão? O peito lhe doía muito. Estava sufocado pelo negrume das suas ideias como se Deus fosse o único culpado. Yehoûdâh continuava ali, prostrado, ruminando seu desespero. Eu podia ver, por intermédio da clarividência, um enxame de vampiros a sugar sua energia vital. Formavam uma cúpula vermelha ao redor do discípulo. Era como um batalhão de sanguessugas, de canibais sorvendo a carniça. Muitos sorriam sarcasticamente e emitiam urros de pavor e deleite. Um cheiro azedo tomava o ar. A energia de Yehoûdâh esvaía-se a cada minuto. Eu assistia ao espetáculo dantesco. Tinha vontade de vomitar por todos os poros. Os olhos das criaturas pingavam sangue. Seus dentes afiados voavam no pescoço do pobre apóstolo e sugavam o resto de suas forças. Uma ideia fixa de morte tomava de assalto seu pensamento como uma porta que teima em bater com o vento. Yehoûdâh levantou-se decidido de sua meditação gris, à sombra daquela árvore de maus frutos. Iniciou uma caminhada lenta e absorta pelo pesar. Era como um ritual fúnebre, onde um séquito de fantasmas carnívoros aguardava o desenlace final. O saco de couro com as moedas que arrecadava para o grupo messiânico estava preso ao seu corpo. Seguiu para um penhasco. Era como um réu conduzido por mãos invisíveis que bradavam seus gritos infernais. Suas pupilas estavam fora de órbita, seu universo em desencanto. Lembrou-se das moedas e retirou-as da cintura e bradou em voz alta: - fica com o que é teu!

Atirou o saco de metais ao abismo, com fúria, com nojo de tudo que era mundano. Tomou fôlego, fechou os olhos e mergulhou seu corpo para a morte. Durante a queda chorou uma única lágrima de arrependimento quando se lembrou da imagem do seu Mestre. Desferiu um grito ensurdecedor antes de bater mortalmente a cabeça na pedra: - Salva-me! Salva-me! Sal...

O corpo jazia na terra, mas Yehoûdâh tinha a sensação de que continuava caindo, caindo...
Yeshua escutou sua dor. O discípulo perdeu a consciência. Tempos depois, Yehoûdâh recobrou o resto de sua lucidez e sentiu-se reconfortado. O chão duro e a poeira do deserto davam lugar ao colo mais cândido de um pai. Rebe Yeshua acariciava seus cabelos e confortava seu espírito. Yehoûdâh mal podia entender, mas dormia tranquilo agora, como uma criança, um menino socorrido por seu pai. Yeshua entregava seu filho às mãos dos anjos. A legião de vampiros debandara aflita embrenhando-se nas fendas das pedras com medo da luz.

Essa visão final me saltou um questionamento: Yehoûdâh somos nós! As nossas amarguras,
o nosso derrotismo, a nossa insegurança. O medo de não termos a fiança de Deus. A nossa sabotagem, a autoobsessão, as culpas que derretem o nosso cérebro e nos causam doenças, males, distúrbios. Yehoûdâh é a traição contra a nossa própria essência. São as bactérias que se infiltram em nossas entranhas e devoram os nossos sonhos de bem-aventurança.
Yehoûdâh jamais foi culpado por qualquer ato, jamais foi artífice de qualquer crime contra a humanidade. Nunca foi algoz de nada. Ele apenas esteve no momento certo para servir a Algo maior que nunca compreendera. Nem tampouco, o povo judeu pode ser culpado pelos desmandos, pelos melindres e pelas sandices de um colégio de sacerdotes corruptos. Assim, a história romana atribuiu a morte de Yeshua a um povo mercantilista que se vendia por moedas de prata, enquanto que um romano lavara suas mãos do sangue de um justo. Yehoûdâh se sacrificou para cumprir o que estava escrito pelas mãos do Grande Profeta. Yehoûdâh foi divino por fazer a parte mais podre, limpar e arar a terra. Minha visão foi interrompida por um beijo. O beijo de boa noite do meu pai. Ou será o beijo sutil de gratidão de Yehoûdâh? Um beijo verdadeiro.
* Arquivo Akáshico – uma espécie de subconsciente do Planeta onde ficam reservadas as memórias dos acontecimentos.
*Zelota – movimento político subversivo contra os invasores de Jerusalém;
*Moshe – Moisés;
*Cohen Gadiol- Sumo Sacerdote do Sinédrio

21.3.18

EGO-ARTISTA: O SUCESSO É TRANSITÓRIO!

Olá você, ARTISTA, que já fez algum sucesso, algum dia e que pensa que ainda faz... E mesmo que faça um pouco... ou até muito!
Sua vaidade e seu eu inferior (EGÃO) acabam perdendo oportunidades de otimizar sua alma tão pequena...
Ei você, que vive do passado, de um público que ainda te aplaude. MENOS, MUITO MENOS, QUASE NADA...
Sabe por que? Porque daqui a pouco você vai perder seus dedos, sua voz, seus olhos físicos para a terra ou para o fogo.
E quando chegar no plano astral médio, bem médio, você vai querer ser recebido onde? No Madison Square Garden? Você acha que vai pro palco? Ou será tratado como a Dona Maria das Couves que morreu de derrame?
Dedico estas bem traçadas linhas para diversos artistas e celebridades que "se acham", mas que estão perdidos...

20.3.18

JESUS E RAMAKRISHNA REPELIAM A CONTAMINAÇÃO DA RIQUEZA MATERIAL



Dois grandes vultos da humanidade espiritualizada, Jesus de Nazaré e Ramakrishna, tratavam a riqueza material e acumulativa como uma porta para o precipício espiritual.

A parábola do Rabi da Galileia, "é mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar no reino dos céus" referia-se à elite que se instala como uma bactéria posseira e destrutiva à alma.

Ramakrishna dizia o mesmo. O guru hindu comentava que o poder do dinheiro era capaz de corromper qualquer ideal ligado à divindade que habita em nós.

Na minha avaliação, a energia das cifras, assim como toda e qualquer energia, é neutra, não é boa, nem má. Somos nós que a canalizamos para as sombras ou para a luz. A moeda pode comprar um livro que verta sabedoria, pode patrocinar uma viagem que nos traz benefícios, pode ajudar a quem necessita. Mas, também pode adquirir prejuízos irreversíveis à nossa missão na Terra, pode subsidiar vícios, pode nos trazer infernos e prejudicar a quem odiamos e até a quem amamos.


Para mim, assim como a pobreza, a riqueza é um instrumento cármico, uma provação até mais substancial do que a miséria. Na riqueza podemos alavancar encarnações como a de José de Arimateia, por exemplo. Todavia, infelizmente é uma agulha no palheiro.

Certa vez, um rico foi ter com Jesus pedindo para que o Mestre o deixasse seguir. Não foi à toa que o Rabi pediu a este abastado que vendesse tudo e oferecesse aos pobres como condição para segui-lo. O rico virou as costas e foi embora... No entanto, no grupo que acompanhava Jesus, havia pessoas de posse e que ajudavam na manutenção do séquito.

O dinheiro não é o problema, o grande entrave é a sua contaminação.

Se você é rico, não se desespere com estes ensinamentos. Utilize esta energia com sabedoria, espalhe a luz e assim entrará no reinos dos céus.

16.3.18

MARIA MADALENA, A LOUCA DO RABI ESTÁ NOS CINEMAS

Uma Myriam de Magdala muito próxima à minha intuição e a que foi retratada em meu primeiro livro "Eu, Pilatos" (ah meu livro ainda tão incompreendido e oculto para a maioria...).

O que eu pude ver no cinema hoje foi a essência de Maria Madalena. TODAS as pessoas deveriam fazer um esforço de visitá-la nas salas de projeção, não só por ela, mas pelos outros personagens tão humanos como o próprio Rabi da Galileia.

No filme, logo surge uma Maria incomodada com o modus vivendi
 das tradições judaicas de sua época. Certamente, trata-se de um grande ícone do nascimento do feminismo (ATENÇÃO! FAÇAM JUS A ELA!!!). Protesta, luta, vocifera, grita e rompe com os "mandamentos" masculinos de sua família. Corajosa, "louca", embrenha-se numa jornada, interior e exterior, em busca do verdadeiro Deus, não o que está escrito nas escrituras, e sim, Ao que mora no coração das pessoas. E lá vai Maria, andarilha e companheira, colo afetuoso de Jesus. Uma MULHER, com todas as letras maiúsculas e que jamais abandona sua missão.

Na película também podemos encontrar um Jesus sorridente, em trapos, choroso às vezes, humanizado, no entanto integralmente divino. Um Jesus com medos e tristezas, todavia mártir de uma humanidade pautada no desamor (e que ainda é ou não?).

Podemos também observar um Pedro negro, ciumento, possessivo, mas forte e caridoso, líder. Além de um Judas entusiasmado com o Reino que estaria por vir e com a mudança do poderio saindo das mãos dos gentios para a coroação definitiva do Império do seu Rabi. Um Judas que jamais traiu, mas que, como um urubu do sacro ofício (sacrifício), foi incumbido pelo Mestre a fazer a parte mais suja de todas, entregá-lo.

Emocionei-me por Maria Madalena. Ela foi bem mais justiçada.

E aguardo ansiosamente que Judas Iscariotes também seja redimido e elevado a quem verdadeiramente foi.

Salve Myriam de Magdala, a quem foi feita puta por um papa, mas que é uma das mulheres mais santificadas que existiu em nosso planeta.

6.3.18

DE MÃOS DADAS PELA PAZ NA SÍRIA


Hoje, o manto carmim de Jesus suavemente tocou a face das crianças sírias. Todas as chagas se iluminaram e abandonaram a pele dos pequenos. Todas as crianças jazidas se ergueram do pó do chão e deram suas mãozinhas, antes sujas de sangue, para os homens de luz do deserto.

Se você pensa que o Cristianismo está na Bíblia, isso é um engano. O Cristianismo está no coração piedoso dos que trabalham por Jesus. Não está nas epístolas, nem nos capítulos, nem nos incisos, muito menos nos mandamentos de um deus sanguinário e vingativo. Está na obra de amor e na compaixão aos mais necessitados.

Onde há uma explosão, ali estão os enfermeiros do perdão. São cristãos, judeus e muçulmanos irmanados em um só propósito: o amor universal.

Não podemos ver, nem enxergar, mas tudo que sofre, entre maternidades, hospitais, ruas e casas rubras, recebe a assistência dos anjos e dos espíritos altivos.

Na Espiritualidade, a Primavera se faz com flores e não com bombas.

Hoje, os andarilhos brilhantes do deserto estão ungidos pelo socorro.

Essa é a verdadeira religião que os une a Deus, a Adonai, a Abba, a Alá.

Gêneros, raças, credos... estamos, mas não somos!

Somos espíritos encaixados em corpos perecíveis. Tal pensamento de Krishna corrobora com uma série de situações do cotidiano. Entre elas est...