O Bêbado e a Paixão
Desequilibrista
Por Maurício
Santini
Assemelha-se
a um porre. Quanto mais se bebe, mas se pensa que é feliz. Mais inebriado fica
o ébrio, a tontura passional consome suas horas. E o pior é que se acha tudo
lindo e perfeito!
A
paixão é tal bebedeira, confere uma total sensação de prazer e bem estar, porém
a insegurança é fato. Cai-se acolá, levanta-se ali. Soluça-se de felicidade e
lá se vai mais um copo... O bêbado acha que ama a bebida e cai novamente...
Frases
amorosas são ditas: - você é o meu melhor amigo!; – você é o amor da minha
vida!; -eu não vivo sem você!
A
bebida faz isso, a gente fala as verdades mais mentirosas. A paixão dá no
mesmo. Entoamos tanto o nosso pseudoafeto, tantas promessas, tantas luas,
tantas declamações...
Assim
como o bêbado, o apaixonado perde o foco em si para voltar seus olhos apenas
para o objeto da sua bebedeira. E depois, desaba a chorar porque se projeta
para fora e cai de novo. É um desequilibrista.
Com
o passar do tempo e dos efeitos alcoólicos, o bêbado e o apaixonado começam a
voltar a si próprios, a tonteira termina e a ressaca começa. Dores de cabeça
insuportáveis, estômago emocional revirando e a sensação de estar vazio... Quarto
escuro, dor e abandono.
Quando
desperta, ele percebe as quedas, os tropeços, as feridas e jura não querer
beber mais novamente, até o próximo copo.
Fará
tudo de novo até aprender a beber com moderação no AMOR.
essa foi ótima cara,depois disso vejo que têm tudo haver bêbado e o apaixonado.
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