1. Você acha que todas as pessoas são bissexuais?
R. Os seres humanos contam com hormônios femininos e masculinos. O corpo inteiro indica a presença dos dois sexos. Alma e espírito não têm sexo. Amor não tem sexo. Mas, vejo a bissexualidade, muitas vezes, regada pela promiscuidade. É a expressão do "serve qualquer um". Grande parte dos bissexuais pensa assim: "vou para a noite e, para mim, o que vier é lucro, homem ou mulher". Isso é desequilibrante. Qualquer ser que calca a sua vida no sexo está prestes a cometer um suicídio. A energia sexual é extremamente poderosa e pode nos levar aos céus ou ao inferno. No entanto, se a bissexualidade for alicerçada pelo amor, acho válido, desde que a ética seja respeitada. O ser humano tem uma tendência muito forte a cair no extremismo. Sexo pode levar à ruína.
2. Todos os bissexuais são promíscuos?
R. Acredito que não. Mas, o que são pautados pela busca incessante de sexo, são. Assim como os que buscam com avidez as drogas são viciados. Eu vejo a promiscuidade como uma expressão máxima de sentimentos opostos: baixa auto-estima ou narcisismo. Um vampirismo energético. Quem já visitou o Congressus Subtibilis, uma espécie de orgia no astral, sabe bem o que estou falando... Há de se tomar muito cuidado com esta energia.
3. O mundo é gay?
R. Se o mundo fosse apenas gay ele não estaria vivo. O mundo é diverso.
4. O que você acha da explosão da homossexualidade? As pessoas estão saindo cada vez mais do armário. Isso te incomoda?
R. O que me incomoda é querer implantar algo de maneira violenta e desrespeitosa, sem qualquer decoro. Penso que esta explosão da homossexualidade é o resultado de muitos anos de repressão. Os homossexuais sofriam preconceitos de todas as ordens, e ainda sofrem. Agora, com o liberalismo, eles podem e têm direito a expressar sua sexualidade. Mas, assim como não aprecio um espetáculo erótico entre heterossexuais em praça pública, também não sou afeito a shows públicos. Quem quiser que faça o que quiser entre quatro paredes, não é preciso fazer sexo na frente de todos ou mesmo violentar uma sociedade. Eu percebo que muitas pessoas querem chocar o sistema, principalmente mulheres homossexuais que desembarcaram recentemente na homossexualidade. Elas provocam situações vergonhosas para atraírem a atenção. Não estou falando de um simples beijo, estou falando de manifestos sexuais públicos que eu já presenciei. Isso é falta de respeito e pode ser homo, bi ou heterossexual. É preciso respeitar a humanidade.
5. E a cura gay?
R. Cura gay é um termo infeliz para algo já conhecido entre os psicólogos e terapeutas. Não há cura de algo que não é considerado doença ou mal. O que existe é que muitas pessoas apresentam problemas psíquicos e emocionais como traumas de infância, medos adolescentes, relacionamentos problemáticos com os pais, choques inconscientes, e uma série de outros fatores que podem levar ao homossexualismo. Um exemplo: uma menina que foi violentada na infância pode criar um asco ao sexo masculino e enveredar à homossexualidade porque não confia no sexo oposto. Muitas pessoas apresentam problemas emocionais e psíquicos e se sentem mais confortáveis com as pessoas do mesmo sexo. E uma psicoterapia, uma psicanálise pode ajudar a entender e até resolver esta questão de foro íntimo. No entanto, isso só serve para quem se sente desconfortável com a opção.
6. Como você viu o beijo gay da novela?
R. Eu não cheguei a ver porque não acompanho novelas. Mas, não achei nada de novo. É algo que já foi mostrado na TV. A Globo chegou atrasada e agora quer ganhar tempo e louros. Para mim, é absolutamente normal.
7. Você é a favor do casamento gay? Você seria padrinho?
R. Sou a favor do amor. Qualquer união pautada no amor me encanta. Só não acho elegante a caricatura. Muita gente é caricata e atrapalha a causa homossexual. Assim é a Passeata Gay que virou micareta, a MICAGAY. Seria padrinho e com muita honra!
8. O que você complementaria sobre esta nova configuração sexual?
R. Nova? Isso é mais velho que andar para trás. Homossexualismo e Bissexualismo é histórico, sempre houve. Não é um avanço, nem um retrocesso, é algo característico da humanidade. Todos nós já fomos homo ou bi em algumas encarnações. Certa vez eu tive um questionamento: e se todos fossem gays? Não haveria mais gravidez ou a humanidade deixaria de se reproduzir? Eu creio que as opções sexuais que agora vigem podem levar à uma queda populacional e, talvez, isso seja uma espécie de controle. Outra coisa é que a gravidez apenas viria por métodos in vitro, por inseminação artificial.
De qualquer maneira, minha filosofia é calcada na espiritualidade e penso em um mundo livre da sexualidade animal e desregrada. Acho que vamos chegar a este patamar. Enquanto isso, temos que tentar equilibrar as nossas energias. O sexo é uma fonte de prazer, quanto mais limpa a fonte, mais revigorante e iluminada será em nossa vida.