19.1.12

DOS PASTÉIS, TRAVESSEIROS E CASTANHAS

Quem escuta o "crakt" da mordida do Pastel de Belém e degusta o doce de nata ainda quente tem a sensação de que o paraíso está guardado mesmo a sete chaves. É quase indescritível comer os Pastéis de Belém na própria Pastelaria que leva o nome e que data de mil oitocentos e trinta e lá vai pedrada... E por falar em pedrada, Pedro I, que lá é o IV, deve ter comido a novidade quando chegou do Brasil em 1830.


Os travesseiros de Sintra também são um caso à parte. O formato é retangular e é feito com massa folhada crocante e recheado com creme de ovos e amêndoas. E vem bem quente! É de gemer, mas enjoa um pouco, muito doce. Deve ser degustado nas lojas da fábrica Periquita, no centro de Sintra. As queijadas são ótimas, mas não me fizeram sussurrar.

Comi também as tortas de azeitão - eu pensei que azeitão era uma fruta-,uma espécie de rocambole com pão de ló amarelo com recheio de ovos moles. Mas, de arrepiar mesmo são as castanhas portuguesas assadas com sal grosso, vendidas nos carrinhos de rua.Elas são graúdas e com gosto adocicado, mas salgadas ficam ainda melhores. Eles vendem isso lá por 2 euros, cerca de 5 reais o saquinho com dez castanhas grandes.



Contudo, São Paulo ainda é a cidade mais abençoada gastronomicamente da Terra. Aqui, diferente de lá, há uma profusão de padarias, restaurantes, bares, salgadarias, lanchonetes, como em nenhum lugar do mundo. Lá, os cafés são os bares e as pastelarias, docerias. Oitenta por cento dos comes das pastelarias são doces de ovos, nata, amêndoa ou queijo. Os salgados são, na maioria, de fiambre e bacalhau. Passei mal, sou vegetariano e tive que viver de tostas (sandes ou sanduíches simples com queijo apenas como um tostex).

Vegetariano se lasca por lá. Tive que procurar restaurantes italianos e brasileiros para jantar. Mas, ao menos tomei muito vinho nacional alentejano e da região do douro. Enjoei de tanto Vinho do Porto. Tomei uns seis cálices.

Na Espanha, a nota negativa, além da falta de alternativas vegetarianas, é a avalanche de "jamóns" em tudo que é lugar. São aquelas patas e coxas de porco preto, com as unhas do bicho. Deus me livre! Eles lambem os beiços com aquilo.

Gosto não se discute.

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