4.3.13

POEMA DESCATIVEIRO


Descativeiro

Maurício Santini

Se eu te amo, eu não te prendo
Em minha cega e irreal cadeia
Em minha teia, que em fios remendo
E vai doendo, sangra a própria veia.

Se eu te amo, nunca te cativo
Sob meu jugo falso te alicia
A morrer por mim, assim quase não vivo
No crivo da dor que nunca me alivia

Se eu te prezo, não te tenho presa
Porque o amor brota em liberdade
Dita a verdade, cartas sobre a mesa
De mãos dadas, soltas na cidade

Se eu te quero, quero como as aves
As flores clamam pelo jardineiro
Portas fechadas sempre chamam chaves
E o amor se prende no descativeiro.

Eu te amo e assim vamos embora!
Meus próprios passos correm para os teus
Eu te amo e não vejo a hora
Que os teus ponteiros se juntem aos meus
Vamos libertos, nos amamos mais.
O barco parte e, ás vezes, demora
Mas, sempre volta a beijar nosso cais.


Um casal no Astral em foto obtida por TCI

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