Há uma máxima bíblica que apregoa “não se pode servir a dois
senhores ao mesmo tempo”. Ora, deixando os exageros de lado, fico preocupado
imensamente pelo desserviço que os jovens têm prestado à nossa cultura.
Quem aprecia “ser jogada no fundo da Fiorino” não pode
gostar de uma canção como Jeito de Mato, cujo apelo poético e lírico está bem
além das mediocridades. Fora esta questão, as meninas que “balançam a bundinha”
nos arrochas e nos funks cariocas estão sendo conviventes com os “fazedores” de
barulhos (que eles chamam de composições).
Se eu sou contra o racismo, eu jamais dançaria sob os
efeitos de uma canção que cantarola: os pretos são burros, os amarelos são
fracos, os brancos são imbecis, e por aí vai... Seria um contrassenso muito
grande comprar DVDs, frequentar espetáculos e divulgar músicas que me xingam e
que repudiam os meus semelhantes. Burrice mesmo.
Não vou nem discutir aqui os parcos recursos musicais, funks
de uma nota só, rimas fáceis e pobres, apelos eróticos de vendagem, etc.
Tecnicamente isso tudo é um lixo! No entanto, falo mais ainda sobre os aspectos
macroculturais, sociais e espirituais. Tudo isso resulta numa influência nociva
e que atua na mente frágil dos adolescentes e crianças que crescem achando que
a mulher deve ser taxada e colocada sempre como mero objeto de prazer e dos
desafogos sexuais, sem qualquer valor.
Quantos funks e arrochas vocês conhecem que rebaixam a
mulher? Quantos falam como se fosse apenas uma bonequinha inflável que se joga
no fundo de uma Fiorino?
Não dá. Fica na consciência de cada um, poder discernir o
que é viável, o que é decente, o que é digno, o que é nefasto. Será que vale a
pena estimular um ritmo mesmo que ele promova uma influência perniciosa aos
mais jovens?
Não se pode servir a dois senhores ao mesmo tempo. Pensem
nisso.
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