Morto de Saudade
Não é qualquer coração que suporta ser espremido entre as veias
Nem tampouco as aranhas são engolidas pelas próprias teias
Bato no peito e sangro sem medo de sentir dor
Menstruo sobre a cupidez ignorante do amor
O tempo passa e as horas consomem esperanças
Mastigo meu ódio com o tempero das lembranças
Sobra-te este feto, a chorar pelo teu infame peito.
E o leite derramado que manchava nosso leito.
Desfeito pela tua gentil e doce maldade.
Fruto imaturo da tua mais tenra idade.
Resta-me um naco do teu corpo leiloado.
Resta-te o amor e um poema tão quebrado.
Mas, vem logo antes que eu acorde e seja tarde.
Quem ama sempre deve fazer seu alarde.
Recolhe os pedaços do meu peito esquartejado.
Já me mataste mesmo com a tua crueldade.
Ressuscita então este enfermo e morto de saudade!
Sob influência de Augusto dos Anjos
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Gêneros, raças, credos... estamos, mas não somos!
Somos espíritos encaixados em corpos perecíveis. Tal pensamento de Krishna corrobora com uma série de situações do cotidiano. Entre elas est...
-
Fãs da Paula Fernandes, para quem não conhece este é o poema que originou a canção. Depois, transformamos em letra com alguns ajustes. Espe...
-
Trata-se de uma viagem lisérgica que mistura rock, pop e new age, bem ao estilo apocalíptico do paraibano Zé Ramalho. Quando comprei o dis...
-
Muita gente já me perguntou se eu conheci algum Mago Negro , encarnado ou desencarnado. Eu já tive contatos com alguns ao longo da minha vi...
Nenhum comentário:
Postar um comentário