Temos tanto medo...
Medo do sim, medo do não.
Medo de arriscar, medo de ficarmos esquecidos.
Acordo durante a noite com medo. Sinto uma dor e lá vem o medo.
Sinto a ausência, medo.
Quando não sentimos a fiança de Deus, temos medo.
O abandono traz medo.
Temos medo do desconhecido, mas o medo é ainda maior quando conhecemos algo e não queremos repeti-lo.
A ansiedade não é o medo do futuro e sim, uma memória celular dos nossos medos do passado.
Talvez, o nosso maior medo seja o de morrer.
Isso é um contra-senso para os espiritualistas. Se sabemos da continuação da vida e da sobreviência do espírito, o medo de morrer não faz sentido.
Mas, há algo talvez ancestral ou químico que nos faça sentir medo.
E por isso sigo tentando ter medo de ter medo.
22.6.11
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