Não precisa se esforçar muito para se encantar com esta canção. Ela me toca profundamente, canta a minha alma. A melodia fica em torno do Trenzinho Caipira de Villa Lobos. E mais uma vez, paulo César Pinheiro, meu mestre que ainda tocarei seus pés como fazem os hindús aos gurus, está presente nesta letra. O engraçado é que a músida é de um baiano, Dori Caymmi, filho do genial Dorival, o Buda Nagô, e a letra de um carioca. E eu, um paulistano amante incorrigível de Minas, assombro minha alma com esta canção.
Abaixo a letra e mais abaixo ainda uma versão espetacular, a de Renato Bráz e Zé Renato.
Desenredo
Por toda terra que passo me espanta tudo que vejo
A morte tece seu fio de vida feita ao avesso
O olhar que prende anda solto
O olhar que solta anda preso
Mas quando eu chego eu me enredo
Nas tranças do teu desejo
A morte tece seu fio de vida feita ao avesso
O olhar que prende anda solto
O olhar que solta anda preso
Mas quando eu chego eu me enredo
Nas tranças do teu desejo
O mundo todo marcado a ferro, fogo e desprezo
A vida é o fio do tempo, a morte o fim do novelo
O olhar que assusta anda morto
O olhar que avisa anda aceso
Mas quando eu chego eu me perco
Nas tramas do teu segredo
Ê Minas, ê Minas, é hora de partir, eu vou
Vou-me embora pra bem longe
A cera da vela queimando, o homem fazendo seu preço
A morte que a vida anda armando, a vida que a morte anda tendo
O olhar mais fraco anda afoito
O olhar mais forte, indefeso
Mas quando eu chego eu me enrosco
Nas cordas do seu cabelo
Ê Minas, ê Minas, é hora de partir, eu vou
Vou-me embora pra bem longe...
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