3.10.12
44- ROMANCE DE UMA CAVEIRA - ALVARENGA, RANCHINHO E CHIQUINHO SALES - SÉRIE "AS 100 MELHORES MÚSICAS DO BRASIL"
Certa madrugada eu escutei um programa inteiro na rádio Bandeirantes de São Paulo sob o comando de Milton Parron. E lá estavam o Alvarenga e o Ranchinho, o terceiro, sim porque houve três Ranchinhos. O primeiro era muito bom, mas bebia demais; o segundo veio garimpado de um programa de auditório, mas era bom também. Mas, o terceiro foi o que aguentou toda a bucha desde o começo (ele substituía o primeiro quando das bebedeiras desde o começo).
Esta dupla é a mais importante dupla de sertanejos do Brasil. Tão importante que se enveredaram também às marchinhas de carnaval E fizeram muito sucesso! Foi a primeira dupla que se tem registro a se apresentar no rádio! E tocaram no Cassino da Urca durante muitos anos.
Romance de uma Caveira é a canção que sintetiza a dupla Alvarenga e Ranchinho. Foi a que eles fizeram mais sucesso. São muito divertidos, carismáticos e criativos. Adoro também Drama de Angélica, bem bacana e inteligente, toda feita em proparoxítona as rimas.
Leiam este trecho do blog de Luciano Queiros:
Chegaram a gravar 30 LPs e 600 discos em 78 rotações em 50 anos de carreira. Ocuparam lugar de destaque na música sertaneja brasileira, significando grande parte do faturamento das gravadoras. Foram importantes atrações no Cassino da Urca, no Rio de Janeiro, bem como nas programações de rádio da época. Em suas paródias e músicas, criticavam o governo de Getulio Vargas e chegaram a incomodar tanto sua polícia que foram várias vezes presos.
Criticaram todo mundo, Hitler, Mussolini e políticos locais de vários escalões. Por causa de Liga dos Bichos, onde em 1936 relacionaram os políticos aos animais, tiveram problemas com a censura, que viu na letra uma alusão a Osvaldo Aranha, um dos principais ministros de Getulio. Com História de um Soldado, letra da autoria de Alvarenga, foram detidos pela polícia e levados por Alzira Vargas, filha de Getulio, à presença do presidente para que apresentassem a paródia. Embaraçados, cantaram a música até o fim, cuja letra referia-se a tramitação de um documento pelo exército até chegar às mãos do Presidente da República. Getulio sorriu, afirmou não ver ofensa nos versos e liberou a dupla, desde que não ferissem a moral ou o físico das pessoas.
Entre seus trabalhos, destaca-se também a valsa humorística Drama de Angélica, da autoria de Alvarenga. Em 1956, gravaram para a Odeon os baiões Tá no Papo e Guaratinguetá, ambos de autoria da dupla. Encerraram a carreira de paródias em 1966, com uma gozação com a música de Geraldo Vandré, Disparada.
http://letras.mus.br/alvarenga-ranchinho/412988/
http://www.youtube.com/watch?v=trIDY9BmZIw
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