16.5.11

O TREM DESGOVERNADO

Estou em Minas, e penso nos trens.
Não sei se é o processo de gestação do livro, as palestras, sei lá, sinto-me isolado. Talvez seja pela altivez dos meus propósitos, mas sinto que o mundo cultua mais as sombras, sim elas são bem mais sedutoras... As pessoas têm uma atração inexplicável por aquilo que é vazio, pelo raso, pelo oco. Este meu incômodo parece ser coletivo, as vezes. Sinto uma desilusão nas pessoas, mas também um certo comodismo na tristeza. E muito ópio para aliviar as dores. Meu amigo chamava isso de "fuga" - gente que foge o tempo todo por meio de mecanismos que os tirem da realidade: sexo, droga, alcool. Eu gosto de sexo e vinho, curto cerveja e não acho ruim a ingestão equilibrada de maconha (eu não fumo). Mas, tudo isso somente é bom e produtivo quando é feito sob o patrocínio da alegria, da realidade, da própria verdade. Eu me preocupo com o rumo do mundo porque a Terra se assemelha a um trem descarrilhado, louco e veloz, que atropela os sonhos e vagueia para o nada. E nós não sabemos onde esste trem vai parar. A minha sensação é que eu quero pular da janela do vagão porque vejo as estações passando... Onde esse trem vai dar?

2 comentários:

  1. Anônimo16.5.11

    Pula do vagão, e caia aqui em casa!
    Vamos comer uns trenzinhos, e jogar conversa fora.

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  2. Seria tão bom saber o destino do trem!! Pular, enquanto o trem anda, não dá. Temos que esperar e só apreciar a paisagem.

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