26.7.11

O CORTE FINAL

A escravidão sempre deixa marcas mesmo depois de estarmos livres das correntes. Fica a marca no pulso que nos faz lembrar...

Existem amores escravos que mesmo depois dos temporais continuam a doer. Mas, qual será a razão? São amores obsediados, que se retroalimentam um do outro. Não conseguem desfazer seus nós. Quando o fio começa a ficar mais tênue, quase apagado, lá vem um dos elementos desta relação a tocar fogo, surgir do nada, jogar a isca. E a corrente que prende um ser ao outro volta a se fortalecer. É um círculo vicioso e sofrível que nunca é quebrado porque os dois se alimentam e permanecem nesta obsessão. Ou por amor, ou por vaidade, ou por vingança, ou por medo, ou por ego ou ou ou...

Todavia, só há uma maneira de se libertar disso: os as duas partes assumem definitivamente o amor e partem para edificá-lo ou uma ou as duas partes assumem o desamor, o desalento, e tomam uma postura final: o de não suportar mais a dor e quebrar de vez o elo que os prende.

Acabo de quebrar esta corrente. Estou assumidamente triste, mas liberto! Eu consigo sentir amor, lutar bravamente por quem amo, relevar, perdoar, até esperar o momento das pessoas, mas quando não há mais tempo, saúde e dignidade, eu prefiro pulverizar de uma vez o que me prende para nunca mais. Eu me escolho. Sempre foi assim e sempre será. O pior de tudo é que na grande maioria das vezes, o outro lado que não ama de fato, acaba de arrependendo tarde demais e quando quer recuar já não há mais como fazê-lo. Eu já ouvi declarações de amor 20 anos depois da ruptura...

O que eu quero dizer é que chega uma hora que esta dor e este sofrimento não tem mais cabimento dentro do nosso coração. E que o alimento de quem nos escraviza por vaidade, medo ou egoísmo, deve ser direcionado a outra pessoa que vibra com a mesma intensidade.

Temos um vazio. Este vazio pode ser simbolizado por um círculo. As vezes, queremos preenher este vazio com um triângulo ou um quadrado. O que acontece? A gente se fere com as pontas porque o triangulo não vai encaixar, o quadrado também não. Temos que buscar compatibilidades.

Agora eu enxerguei isso. E eu tinha esperanças que aquele quadrado que me feria com as pontas se transformasse em um círculo com o tempo. Mas, não. Ela tem os olhos frígidos e as atitudes frias. Não tem a sensibilidade que uma verdadeira dama deve ter. Mulher mesmo, não garotinha, sabe? Pula de relação em relação em busca do nada afetivo. Não sabe ler o poema da vida, não brilha sua espiritualidade, apenas sobrevive. Certamente, por medo, por vaidade, por ego, me escravizou com a minha permissão. Agora estamos livres, assinei essa carta de alforria e joguei-a no seu quintal. Ela não precisa do meu amor, ela precisa aprender a amar. E a respeitar o outro.

Mas, agora o poço está vazio e só há folhas secas.
Tudo bem, ela vai mudar de foco, de poço, de corpo, de obsessão. E sofrer, e fingir que está bem. Endurecer e encontrar outra vítima, sendo que a principal vítima é ela mesmo. Sem amor, ela perecerá.

E eu vou ficar em paz, com meu amor, e ser feliz porque estou livre.

Um casal no Astral em foto obtida por TCI

Uma trans imagem me emocionou profundamente, um casal de braços dados andando ao ar livre em algum lugar do Plano Astral.  Antes que pensem ...